Por Leozito Coelho

11 de março de 2005

Esperando por Jonathan

Ela perguntou as horas quando eu estava sem relógio. Percebendo a falha, disse logo que o professor estava atrasado, não era normal. Expliquei que tinha esquecido meu relógio na pia do banheiro. Não tomo banho com ele. Precaução. Ela disse que precisava de um relógio, estava cansada de abrir a bolsa e olhar as horas no display do celular. Silêncio. Esse professor... sempre desconfiei. Picareta, tá na cara. Silêncio. Que calor... Bom para uma cerveja. Você bebe? Claro, sou boa de copo. O convite travou na goela. Ela abriu a bolsa e pegou o celular. Sete e quinze. Não vem mais. Pois é, difícil. Ela me olhou direto. Respirou como se fosse falar. Passos na escadaria. Jonathan surgia pedindo desculpas pelo atraso. How are you? Fine, eu disse, and you? Fine... Na mesa, ele perguntou se alguém tinha as horas. Ela mirou o relógio da parede. It's seven thirty. Excellent!, o professor elogiou, continuando a aula em meio aos pingos de suor.

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