Por Leozito Coelho

11 de setembro de 2008

IDA

Esse calor e nós aqui dentro. Pobre tem vez não. Só tomando bafão na cara. Ocê sentiu? O perfume de axila? O do meu lado. Mó sovaco azedo do inferno. Deus perdoa. E o de trás? Só relando na nêga. Relando firme toda vez que o motô freia. Doido pra descascar uma. Pobreza é osso. Tem vez não. Já é o próximo. Êta! Tá levando boiada não! O trocadô fica só rindo. Mais o motorista. Bando de fédaputa. Ufa, que alívio. Tá um dia lindo aqui fora. Nem dá tempo de apreciá direito. Simbora limpá bunda de patroa. Tem vez não. Mais tarde nós se vê no ponto, fia. Com Deus ocê também.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei...e como usuária de coletivo, a cena se repetiu em minha mente...só que essa com o olhar e o dizer da 'personagem', de quem não costuma participar de outros lugares, fincada no cotidiano...
Beijos e saudades!
Keila

jornalaico disse...

Gostei do estilo. Pílulas diárias. Uma frase, uma imagem. Bom. Limpá bunda de patroa... É a vida. E sorrindo.
Calbercan

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