- Oi, senhor...
- Eu?
- É, você.
- O quê?
- Calma, não é nada.
- Mas... nada?
- Bobeira, deixa pra lá.
- Mas me chamou, não chamou?
- É, mas já passou.
- Rápido assim, como um espirro?
- Era uma pergunta besta.
- Pois pergunte.
- Perdi a vontade.
- Mas...
- Já, já vou descer.
- Como...
- Me desculpe, tá bem?
- Não estou entendendo nada.
- ...
- Precisa de alguma informação?
- Obrigada.
- Quer minha idade, não quer?
- Sua idade?
- É, deve ser.
- Não, não é.
- E o que é?
- Não é nada.
- Se não é nada, é tudo.
- Agora quem não está entendendo nada sou eu.
- Antônimos. Tudo, nada, vazio, cheio, branco, preto...
- Olha, realmente...
- Quando pequeno, disputava com meus primos.
- ...
- Eu dizia magro e alguém dava o antônimo.
- ...
- Por exemplo... Macho!
- Por favor...
- Vai. Macho!
- Fêmea...
- Agora é sua vez.
- Oi?
- De dizer uma palavra.
- Senhor, desço no próximo ponto.
- Quando tem que falar não fala, é engraçado...
- Sério.
- O quê?
- Engraçado, sério, máximo, mínimo... não é assim?
- Ah, pegou a idéia.
- Agora, com licença.
- Mas já?
- Infelizmente...
- E a pergunta?
- Tarde demais.
- Ficou interessada em mim?
- Ahn?!
- Com a medicina de hoje, minha filha... Hum.
- O senhor... que coisa.
- O motorista está esperando.
- Ah, é? E sabe o que ia perguntar?
- A pergunta besta?
- Não era besta.
- Foi você quem disse que era.
- Então escuta!
- Não quero.
- Por acaso, você...
- Lá lá lá lá lá lá...
- Foi você quem...
- Lá lá lá lá lá lá...
- Quer saber?
- Lá lá lá lá lá lá...
- Você é patético!
- Ah, enfim.
- Oi?
- A tacada de ouro.
- Que tacada?
- Patético, não tem antônimo. Parabéns.
Por Leozito Coelho
28 de agosto de 2006
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