Por Leozito Coelho
1 de março de 2006
Só tinha de ser com você
Eu tinha 12 anos, você também. Naquela festa, desvencilhei-me da timidez incômoda e te convidei para uma dança. Tocava música lenta, horrível, bom mesmo só para ficar mais perto do seu corpo, dois pra lá dois pra cá, cochichando ao pé do ouvido. Foi meu primeiro beijo oficial, após passar a língua em muita mexerica. Quis o destino que fosse você novamente. Mal acreditei. Um vulto que surgia da fumaça, que jogava os cabelos de um lado para o outro, que vibrava com a música ambiente, que vinha em minha direção e que perguntava você ainda se lembra de mim? Respondi que coisa boa a gente não esquecia, você continuava bem postada, aquelas panturrilhas pulando dos tamancos, a formosura como um dom, que Deus o mantivesse. Horas depois, você me iniciava no sexo. E o destino insistia em brincar conosco. Anos depois você apareceu na minha casa, respondendo à proposta de um casal pervertido. Eu, minha esposa e você, juntos. Era a primeira vez que arriscávamos algo mais ousado. Você, uma vez mais, trazia sua bagagem. Açoitou bastante as minhas costas, jogou cera quente no pescoço da Priscila, puxou-lhe também os cabelos, espalhou mel e chantilly em nossos corpos, quanta experiência em suas ações, puxa vida... E, sinceramente, não sei o que lhe dizer agora, vendo você aí ao lado desse garoto que, tudo leva a crer, é o meu filho. O meu primeiro filho.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Muito bom, muito bom mesmo. Inclusive, me tirou um peso. Ótimo saber que o filho não é meu...
Postar um comentário