Por Leozito Coelho

14 de dezembro de 2004

Sem limites

O vento sopra-lhe a barba. As passadas firmes no espelho oceânico. O sorriso leve de quem faz do mar a sua pista de cooper. O copo de cerveja gelada na mão esquerda. O sol na pele e no espírito santo amém. A sensação livre vindo de dentro. Mas algo puxa-lhe o pé subitamente. E ele vai afundando vagaroso e feliz, apressando o término da bebida. Uma a uma, elas agora desfilam nuas à sua frente, as metades delimitadas na cintura. E ele a vida toda tão descrente... A mais bonita canta-lhe uma melodia. As outras tiram-lhe a roupa. A mais jovem joga-lhe o mel no corpo. A mais fogosa vem em sua direção, louca! Mas algo vai corroendo as imagens. A criatura deliciosa aos poucos se esvai. A parede do quarto surge irreal. Ao seu lado reconhece Mosquito, que lhe acena e diz: viajou hein, brou! E ele esfrega as mãos no rosto e, recuperando-se, encara o companheiro: você não vai acreditar...

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