Por Leozito Coelho
3 de maio de 2005
No rastro
O louco lambe o chão, slip, slip. A ratazana sente o odor da saliva, não pára. A japonesa corre, entra no vagão. Senta lendo um livro em francês. Quer aprender a língua para conquistar Jean-Claude, ela tem a língua quente, ele vai bem gostar e ela precisa que ele goste muito para que consiga os papéis. Slip, slip, a ratazana perto do doido. Inspeciona que diabos ele tanto lambe, não percebe rastros de comida. O mexicano pula dentro do vagão antes que a porta feche. O violão entre os braços, canta para os passageiros. Como num video-clip, o maluco lambe a ratazana ternamente, e rindo, e o bicho lhe mostra os dentes, eriçada, e Jean-Claude sente o calor encapetado dentro da sua boca, slip, slip, a Japonesa lhe apertando forte, vem bicho, vem, ela pensa antes que a música termine.
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