Por Leozito Coelho
11 de abril de 2005
Relações
Discutiam profusamente, ambos sentindo o fim. Ela chorava molhando o sofá, ele passava as mãos no cabelo denunciando nervosismo, continha a emoção, o seu papel de homem. Problemas caseiros, do dia-a-dia, minando o que nascera fora, no parque, à luz do sol, ao vento bobo. O enclausuramento dos dois como murchar de flor, ela tombando saudosa da leveza de suas pétalas. Tudo tão confuso, o oxigênio fugia, não se encontravam. Ele levantou, pegou o gim, disfarçou o correr da lágrima, tossiu e sentou no controle remoto. On, uma música no ambiente. Veio à lembrança dela a viagem à praia, a mesma melodia no quarto ao lado certo dia. Ele tinha o mesmo registro. E também o da foto que tiraram na cama, debaixo do lençol. Olharam-se. Ele desceu a bebida de uma vez, isso é uma coisa! Ela escapando um sorriso ali, no cantinho esquerdo da boca, alguns milímetros de abertura. Sou um idiota, ele dizendo, e ela respondendo não fala assim! E um abraço, o clarão. Agora, outra canção.
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