Por Leozito Coelho
10 de fevereiro de 2005
Os ataques
Ele acompanhando o ataque fulminante, aos 45 da etapa final. Agora, com certeza, o triunfo, o gol salvador, a marca do artilheiro, todos os clichês o aguardavam e aos outros 80 mil presentes. Tinha a certeza. O cruzamento, a curva, o goleiro não alcançando a bola, que foge, escapa, corre matreira para a cabeça do nosso atacante. E ele enche o peito para gritar o que aguardara tanto. Soltar o "é campeão!" da garganta, estourar as cordas vocais, o porre depois com os amigos, as reprises na televisão, a glória esperada, o hino entoado pela massa, que festa ia ser. E os pulmões repletos de ar, aguardando a definição do ataque, e o centroavante na marca do pênalti, cabeça na bola, o gol livre, os zagueiros plantados no chão, observando-o feito árvores centenárias, inertes e entregues, e então o arremate, o erro fatal na "tacada" de ouro, a bola chicoteando o travessão, e um urro histérico da torcida desesperada e depois o silêncio absoluto, rompido somente por um homem de idade avançada que, em meio aos gritos de dor, retorcia-se por causa de um ataque.
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