Por Leozito Coelho
13 de janeiro de 2005
Começo de um conto distante
Fervilhávamos. Diferente dos movimentos calculados e harmônicos das formigas, fervilhámos sobre placas de concreto. Azogueados. No desorientamento que antecede a desgraça. Eu na janela. Todos ainda na mesa. E logo os sentimentos de ódio e temor despertavam no toque frio da sirene, no rito da morte que penetrava o telhado e explodia no colo do meu pai, e que brutalmente me expelia para fora de casa, me deixando junto às pedras, elas mesmas, as pedras outra vez.
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